Alguns conseguem ler um livro ou usar o celular, porém são incapazes de atravessar uma rua, desviar de um obstáculo ou localizar um objeto caído no chão. São portadores de visão subnormal, que além de viver com a limitação do ir e vir, sofrem com o desconhecimento da sociedade, o que aumenta as dificuldades, a discriminação, o isolamento. Diferente da bengala branca, usada por pessoas com deficiência visual total (cegas), a bengala na cor verde é o apoio ideal para quem enxerga, mas não o bastante. Elas são sinalizadores, mas tanto os portadores quanto a sociedade precisam entender o seu real valor!
O Grupo Retina se esforça para estimular o uso da ferramenta de inserção e difundir informações, através do Projeto Bengala Verde. Lançado no Dia Nacional do Deficiente Visual, no dia 13 de dezembro de 2014, na capital paulista, ainda são muitos desafios a ser perseguidos.
“Os usuários da bengala verde possuem baixa visão, que causa limitações importantes, que os leva a tropeçar, esbarrar em tudo, cair… A bengala garante a mobilidade, principalmente nas doenças em que existe a contração de campo. Mais frequentemente na retinose pigmentar e no glaucoma avançado, que têm o campo de visão tubular”, explica a professora de Oftalmologia da Unifesp e presidente da Comissão Científica do Grupo Retina, Juliana Sallum. Adotar a bengala verde, entretanto, é muito mais difícil do que imaginamos. A presidente da entidade, Maria Julia da Silva Araujo, usuária de uma bengala verde, enfatiza: “As pessoas com baixa visão vivenciam um conflito muito difícil de ser assimilado. Resistem a usar a bengala verde. Resistem a passar do lado de lá. Do lado das pessoas com deficiência visual”.
NÃO SOU CEGO, MAIS TAMBÉM PRECISO DE AJUDA
Existe uma dificuldade de comunicação muito grande entre o usuário da bengala verde e a sociedade, que está acostumada a ver o deficiente visual como alguém que não enxerga. As pessoas não entendem a restrição de acuidade visual, enquanto o paciente, no início, se recusa usar a bengala verde porque não aceita ser visto como uma pessoa cega, sem ser, explica Juliana.
Para reduzir essa distância, o Grupo Retina iniciou uma nova fase de divulgação do Projeto Bengala Verde e realizou, no dia 16 de maio, a segunda Caminhada pela Conscientização sobre a Baixa Visão, em São Paulo.
Legalmente, para ser considerado portador de visão sub-normal, o paciente tem de apresentar acuidade visual menor ou igual a 20/200 no melhor olho. Isso após se submeter a todos os procedimentos clínicos, cirúrgicos e correções com lentes ou campo visual (visão lateral) menor que 20 graus.
A baixa visão resulta de várias patologias. Entre elas, o glaucoma e as doenças de retina, especialmente as hereditárias, como retinose pigmentar; descolamentos de retina; degenerações na mácula e retinopatia diabética; retinopatia de prematuridade; infecções oculares e até mesmo decorrentes de acidentes com ferimentos nos olhos.
Seu apoio é fundamental. Divulgue essa realidade!
GRUPO RETINA SÃO PAULO
PROJETO BENGALA VERDE