No palco, Betti interpreta, com muito humor, histórias que viveu e ouviu na infância e adolescência. São passagens que ficaram registradas em sua memória e em anotações que fazia sobre tudo que acontecia à sua volta, em busca de compreender a própria vida. Os textos eram anotados em grandes blocos onde também fazia colagens de fatos da época. Este “livro” de memórias compõe a cena do espetáculo.
A história de Paulo Betti (64 anos) começou no mundo rural onde o avô, um imigrante italiano, trabalhava como meeiro para um fazendeiro negro, em Sorocaba, SP. “Eu via a fazenda da perspectiva da senzala”, relembra. Sua mãe, uma camponesa analfabeta, ao se mudar para a cidade, trabalhou como empregada doméstica, para criar os 15 filhos (Paulo é o décimo quinto, temporão, com 10 anos de diferença de do irmão mais novo). Seu pai era esquizofrênico. Apesar disso, Paulo estudou em boas escolas, cursou um Ginásio Industrial em tempo integral, se formou pela Escola de Arte Dramática da USP e foi professor na Unicamp.
O testemunho do ator, autor e diretor, que interpreta pai, mãe, avó e muitos outros personagens da própria vida, brinda o público com uma peça emocionante. Com bom humor, poesia e dor, Paulo mergulha na vida dessas personagens de sua história e emerge com uma peça edificante que reafirma a importância do ensino publico e do trabalho social para a valorização do ser humano.
Segundo Paulo Betti, lendo as anotações que fez no decorrer de quase uma vida inteira, chegou à conclusão que, todo o tempo, preparava-se para revelar as extraordinárias condições que o levaram a sobreviver e a contar como isso aconteceu. “Minha fixação pela memória da infância e adolescência, passada num ambiente inóspito e ao mesmo tempo poético, talvez mereça ser compartilhada no intuito de provocar emoção, riso, entretenimento e entendimento”, comenta o artista.
Vamos ao teatro com CINE CULTURA
Informações e reservas: (11) 97540-8492 ou (11) 2427-0316
Email: vamosaoteatro@terra.com.br
Email: vamosaoteatro@terra.com.br